Projeto inspirado na Declaração Universal dos Direitos Humanos traz reflexões importantes e será destaque em transmissão ao vivo

A obra Histórias de Acordar traz narrativas comoventes, atuais e que incentivam os jovens a abrir os olhos para o mundo em que vivemos. O projeto é composto por livro com textos de Conceição Evaristo, Penélope Martins, Roseana Murray, Fernando Arosa, Antônio Schimeneck e Alan Minas, audiolivro e dois cadernos pedagógicos. Os materiais digitais podem ser baixados gratuitamente no site www.historiasdeacordar.com.br.

 

A produção tem como base os pilares da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), foi lançada em maio de 2022 e agora terá uma live especial no dia 06 de agosto, às 10 horas, transmitida pelo canal do YouTube da Trilhares (www.bit.ly/historiasdeacordar). A transmissão ao vivo contará com a presença de todos os escritores do projeto e será um momento para debater os temas abordados no livro, que são essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade justa e igualitária.

 

O projeto foi idealizado pelo professor de literatura Fernando Arosa e pelo arte-educador Nélio Spréa, com realização da Parabolé Educação e Cultura. Os contos trabalham narrativas sobre liberdade religiosa, igualdade social, refugiados, educação e acesso à cultura, feminismo e direito à vida; que foram artisticamente ilustrados por Jota P. Andrade. Para alcançar os jovens do 6º ao 9º ano, além do ensino médio, exemplares do livro em versão impressa foram distribuídos em escolas públicas de municípios do Paraná e do Rio de Janeiro.

           

Nélio Spréa, diretor da Parabolé Educação e Cultura, explica que Histórias de Acordar é um mergulho na temática dos direitos humanos. “O projeto visa fomentar cidadania, participação na sociedade, combate à violência, direitos e deveres. Essas são características essenciais para todo ser humano, especialmente para aqueles que estão em formação nas escolas”, detalha.

 

Inspiração que emociona e faz pensar

           A ideia do projeto veio de Fernando Arosa, que além de educador, é pai de dois jovens que impactam e motivam cada área de sua vida. “Há mais ou menos 6 anos, aconteceu algo que me incentivou a agir. Moro com minha esposa e filhos na Zona Sul do Rio de Janeiro. O mais velho, que na época tinha 9 anos, estava brincando no condomínio e sofreu uma situação de racismo. Meu filho chegou a pedir para mudar de cor e isso me fez querer atuar em prol de um mundo melhor”, explica.

 

Com isso, o professor pensou em realizar uma ação educativa focada nos direitos humanos. Conheceu a Parabolé e a parceria de sucesso foi formada. Arosa realizou dois eventos presenciais para lançar Histórias de Acordar no Rio de Janeiro e, agora, se prepara junto dos demais escritores para a live que acontecerá em breve.

 

Os artistas e seus processos criativos

           Os escritores e o ilustrador de Histórias de Acordar atuaram com emoção, atenção e cuidado para a construção do projeto.

 

A poetisa e escritora Roseana Murray criou um conto que une três temas de importante reflexão. “Me baseei em uma história real, de um menino de aproximadamente 12 anos, sobrevivente de uma chacina e que chegou ao abrigo carregando consigo somente um de meus livros; trouxe pontos sobre os trens que transportavam os judeus aos campos de concentração durante o holocausto; e os navios que levavam judeus para outras partes do mundo. São assuntos impactantes, que fazem com que pensemos muito sobre o que há de errado com a humanidade”, pontua.

 

Alan Minas, escritor e cineasta, define o livro como uma entrega generosa, que partilha esperanças e afetos, falando de um futuro melhor e levando isso às escolas. “Os temas relacionados aos direitos humanos e às injustiças me tocam de forma muito sensível e profunda. No conto, trago uma história contemporânea – não é um tema novo, mas extremamente recorrente: a extratação ilegal de árvores das madeireiras e da defesa da ecologia”, conta Minas.

 

Para Antônio Schimeneck, escritor e criador do conto “Quatro em contraluz”, seu texto foi elaborado para criar uma narrativa que tente desnudar aspectos ruins em nós humanos e brincar com a fantasia. “Pensei em contar uma história em que alguém com um potencial artístico grande tivesse sua obra confiscada – aí surgiu Dona Romilda, uma esquecida e misteriosa senhorinha vivendo num fim de rua sem saída. Uma personagem assim é um prato cheio para um grupo de crianças curiosas. Sempre que nos aventuramos em contar uma história, há o desafio de criar uma narrativa minimamente verossímil dentro daquele contrato de linguagem específico e elaborar um texto que tenha um leitor em perspectiva, mas ao mesmo tempo atingir os demais públicos. Só os leitores poderão dizer se consegui resolver esse desafio”, explica.

 

Jota P. Andrade, ilustrador da obra, explica que seu processo criativo começa ao deixar a mente livre, ler a história e destacar momentos que o tocam mais. “Não me cerco de referência de outros artistas – eu gosto de buscar o sentimento que o livro me traz e pensar em como me expressar, em como colocar o sentimento no papel a partir de imagens. Histórias de Acordar ficará guardado dentro de mim como um dos mais importantes trabalhos já feitos, porque é um projeto feito para o próximo, focado no outro”, revela.

 

Além dos materiais gratuitos disponibilizados no site e dos exemplares já distribuídos, é possível que pessoas interessadas adquiram o livro impresso comprando na loja virtual www.editoratrilhares.com.br.

O projeto Histórias de Acordar foi realizado via Lei Federal de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo. Tem como instituição beneficiada o Hospital Pequeno Príncipe e conta com o patrocínio do Philus Group, TransUnion, Caltex Química Industrial e RPC.

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